Morre o Papa Francisco, um turbilhão social e reformador na Igreja | Jornal Montes Claros Deseja Viajar? Garantimos os Melhores Preços!
⚠ Aviso Legal: O conteúdo do Jornal Montes Claros é protegido por lei. Reprodução não autorizada infringe direitos autorais. Respeite e compartilhe corretamente!
CLIQUE AQUI - Para receber as notícias do Jornal Montes Claros direto no seu WhatsApp!!!

Morre o Papa Francisco, um turbilhão social e reformador na Igreja
Morre o Papa Francisco, um turbilhão social e reformador na Igreja

Morre o Papa Francisco, um turbilhão social e reformador na Igreja

📲 e o canal do JORNAL MONTES CLAROS no WhatsApp

Morre o Papa Franciso às às 2h35 pelo horário de Brasília, 7h35 elo local horário desta segunda-feira, aos 88 anos, de acordo com o Cardeal Farrell, camareiro do Vaticano.

A Santa Sé tornou público o fato às 9h52 com uma declaração: “Recentemente, Sua Eminência o Cardeal Farrell anunciou com tristeza o falecimento do Papa Francisco, com estas palavras: ‘Caros irmãos e irmãs, com profunda tristeza devo anunciar o falecimento do nosso Santo Padre Francisco. Às 7h35 desta manhã, o Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e da sua Igreja. Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente pelos mais pobres e marginalizados. Com imensa gratidão por seu exemplo de verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, confiamos a alma do Papa Francisco ao amor infinitamente misericordioso do Deus Trino.” Em Roma, os sinos de luto já estão tocando em todas as igrejas.

Francisco, que deixou o hospital em 23 de março após uma internação de 37 dias devido a uma pneumonia grave, apareceu em público pela última vez neste domingo na Praça de São Pedro para dar a tradicional bênção Urbi et Orbi. Ele parecia visivelmente cansado, mal conseguia falar e apenas desejava aos fiéis uma feliz Páscoa. Ele então andou pela praça no papamóvel, uma cena que agora serve como sua despedida da multidão. Seu último encontro conhecido foi com o vice-presidente dos Estados Unidos, J. D. Vance, a quem recebeu em audiência privada. Francisco foi um crítico severo do governo Donald Trump, que foi apoiado pelo catolicismo ultraconservador nos Estados Unidos, e uma das questões decisivas agora permanece: qual será a atitude do próximo Pontífice.

O vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, com o Papa no Vaticano no domingo
O vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, com o Papa no Vaticano no domingo Vatican Media/IPA/ZUMA Press/Dpa/Europa Press

Francisco, que deixou o hospital em 23 de março após uma internação de 37 dias devido a uma pneumonia grave, apareceu em público pela última vez neste domingo na Praça de São Pedro para dar a tradicional bênção Urbi et Orbi. Ele parecia visivelmente cansado, mal conseguia falar e apenas desejava aos fiéis uma feliz Páscoa. Ele então andou pela praça no papamóvel, uma cena que agora serve como sua despedida da multidão. Seu último encontro conhecido foi com o vice-presidente dos Estados Unidos, J. D. Vance, a quem recebeu em audiência privada. Francisco foi um crítico severo do governo Donald Trump, que foi apoiado pelo catolicismo ultraconservador nos Estados Unidos, e uma das questões decisivas agora permanece: qual será a atitude do próximo Pontífice.

Para o setor mais conservador da Igreja, ele foi longe demais, e uma verdadeira frente se abriu contra ele, que o viu praticamente como um perigoso Papa populista de esquerda. Mas as enormes expectativas que isso suscitou também decepcionaram, por vezes, os mais progressistas, que esperavam mudanças mais profundas na reforma da Cúria, no aumento da colegialidade na tomada de decisões, na ordenação feminina ou na doutrina sexual. Em uma das questões-chave, a luta contra a pedofilia, ele se envolveu profundamente com regulamentações e decisões drásticas — ele forçou a renúncia de toda a Conferência Episcopal Chilena —, mas o resto da hierarquia, os bispos de cada país e a burocracia do Vaticano nem sempre seguiram sua liderança e resistiram a ele.

Foram 12 anos que revolucionaram muitas áreas da Igreja, a começar pelo destino de dois pontífices, que viveram juntos por nove anos, ligados à morte de Ratzinger em 31 de dezembro de 2022. Essa situação originou muitas conversas e debates na época, mas o tempo mostrou que causou poucos problemas. E um precedente foi estabelecido.

A verdade é que, só por ter sido eleito, Francisco foi o primeiro em muitas coisas: o primeiro papa americano, o primeiro papa não europeu desde o século V, o primeiro papa jesuíta e o primeiro a ser chamado Francisco, uma escolha de nome que já diz tudo. Nenhum pontífice antes dele ousou se chamar de um santo radical que enfrentou a pompa do Vaticano e dedicou sua vida aos pobres. Ele o escolheu por causa das palavras que o cardeal brasileiro, Cláudio Hummes, lhe disse quando o abraçou após sua eleição como pontífice: “Não se esqueçam dos pobres”. Francisco não fez isso e também se mostrou alérgico aos costumes e costumes tradicionais dos papas, buscando simplicidade e franqueza.

Jorge Mario Bergoglio, descendente de imigrantes italianos piemonteses, nasceu em Buenos Aires em 1936 em uma família humilde do bairro de Flores. Formou-se em Química, depois em Filosofia, e ingressou nos Jesuítas em 1958. Foi provincial da ordem na Argentina entre 1973 e 1979, durante a ditadura militar, e em sua posição ajudou vários refugiados políticos a escapar. Essa experiência moldou sua perspectiva política, assim como o fato de ser filho de imigrantes e seu entusiasmo juvenil pelo peronismo.

No entanto, ele foi posteriormente relegado por alguns anos dentro da Companhia, um período que ele mesmo definiu como “sombrio”, até que em 1992 foi nomeado bispo auxiliar de Buenos Aires por João Paulo II. A partir daí, sua estatura cresceu — tornou-se cardeal em 2001 — a tal ponto que, em 2005, após a morte de Karol Wojtyla, ele era claramente um candidato papal e já era um dos mais votados no conclave. Finalmente, Bento XVI foi eleito, dando continuidade ao longo pontificado de João Paulo II, pois a direção a seguir era incerta.

A renúncia de Ratzinger colocou a Igreja novamente na mesma situação, e desta vez Bergoglio foi eleito rapidamente. Ele tinha 76 anos e já estava claro que seu pontificado seria curto, mas buscava-se um período de impulso reformista. A revolução de Francisco foi principalmente social e refletiu sua crítica aberta aos excessos do sistema econômico atual, a mais direta de qualquer pontífice até hoje. Com uma preocupação especial pela ecologia e pelas mudanças climáticas, uma questão à qual ele dedicou nada menos que sua primeira encíclica, Laudato si, em 2015 (a anterior, Lumen fidei, de 2013, foi na verdade uma que Bento XVI havia deixado inacabada e ele completou). Ele enfatizou ainda mais sua crítica em seu próximo livro, Hermanos todos (2020), que atacou o neoliberalismo e o populismo. O quarto e último, Ele nos amou (2024), foi o mais teológico e espiritual, um chamado para agir com o coração, além da lógica do dinheiro e da frieza dos algoritmos.

Francisco foi o Papa que liderou a entrada da Igreja no século XXI, abordando os dilemas atuais (e com uma conta no Instagram desde 2016). Ele abriu caminhos ainda incertos que seu sucessor terá que decidir como seguir. A acolhida fraterna de homossexuais e transexuais, permitindo a bênção dos casais e que sejam padrinhos; a entrada de mulheres em altos cargos na Cúria e um apelo à “desmasculinização da Igreja”, embora tenha congelado a questão mais controversa, a da ordenação feminina; a abordagem para pessoas divorciadas e recasadas.

Si hay una palabra que resume la prioridad de su mandato es “periferia”, de quien está al margen de la sociedad, de la ciudad, de las fronteras, quien se halla lejos del poder. Se ve en sus viajes, 47 a 66 países, en los que casi siempre ha evitado las grandes potencias o países de fuerte tradición católica, como por ejemplo España, donde no ha ido nunca. Solo se planteó ir a Canarias, por la crisis de las llegadas de inmigrantes desde África. Su primer viaje, de hecho, ya definió su línea: fue a la isla italiana de Lampedusa, punto de llegada de migrantes. A ellos y a todos los hombres, creyentes y no creyentes, quiso dejar en su autobiografía, publicada en enero de 2025, un mensaje reducido a una palabra, el título del libro: esperanza.

Durante seu mandato, ele encontrou significativa oposição interna de setores conservadores, o que levou a protestos de grupos de cardeais e campanhas contra ele. Isso gerou grandes expectativas de uma correção de curso no próximo conclave nesta área da Igreja. De qualquer forma, a eleição do futuro papa também se dará em condições históricas: o maior número de cardeais, 136, contra 115 nas duas últimas ocasiões, e o maior número de países de origem, 71 (48 e 52 nas eleições anteriores), que fizeram com que a Europa e o mundo ocidental perdessem sua centralidade. Além disso, Bergoglio escolheu 79% dos cardeais usando critérios que desafiavam a lógica tradicional, e a maioria deles é amplamente desconhecida. É por isso que se espera um conclave mais longo — os dois últimos, em 2005 e 2023, duraram apenas um dia e meio — e talvez um Papa que será outra grande surpresa.

⚠ Aviso Legal: O conteúdo do Jornal Montes Claros é protegido por lei. Reprodução não autorizada infringe direitos autorais. Respeite e compartilhe corretamente!