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Assembleias deliberativas para aprovação de greve em 26/03
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Petroleiros de Minas Gerais anunciam greve de advertência para quarta-feira (26)

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Os petroleiros de Minas Gerais confirmaram uma greve de advertência para esta quarta-feira (26), em protesto contra a intransigência da gestão de Magda Chambriard na Petrobrás. A mobilização dos trabalhadores será realizada a partir das 7h da manhã, do dia 26 de março, na portaria da Refinaria Gabriel os (Regap), em Betim, com a participação de movimentos populares e sindicais. Em Montes Claros, na Usina de Biodiesel Darcy Ribeiro, está previsto ocorrer atraso na entrada dos trabalhadores.

O Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindipetro/MG) denuncia que a atual gestão da Petrobrás tem feito ataques à categoria, como a redução da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), a mudança unilateral no regime de teletrabalho e a falta de medidas frente à precarização e aumento dos acidentes entre os empregados terceirizados. A paralisação, aprovada pelos petroleiros na segunda-feira (24), integra uma mobilização nacional coordenada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).

Entre as principais reivindicações dos trabalhadores está a revogação do corte de 31% na PLR dos trabalhadores, medida que contrasta com a distribuição de 207% dos lucros aos acionistas em 2024. A categoria também pressiona por um plano de cargos único e integrado para todo o Sistema Petrobrás, visando corrigir as distorções entre os modelos implementados nos governos de Michel Temer (2016-2018) e Jair Bolsonaro (2019-2022), além de uma solução definitiva para os descontos abusivos do plano de previdência privada, Plano Petros, sobre aposentados e pensionistas da Petrobrás.

Petroleiros querem diálogo

A categoria petroleira também exige uma negociação justa sobre o regime híbrido de teletrabalho. Recentemente a gestão da estatal impôs uma medida unilateral, alterando o regime de teletrabalho sem qualquer negociação com a categoria. De acordo com o Sindipetro/MG, a medida impacta na vida de milhares de pessoas.

Para os petroleiros, a falta de efetivo é outro ponto crítico. De acordo com o Sindipetro/MG, nos últimos 10 anos, a Petrobrás reduziu drasticamente o número total de trabalhadores próprios, agravando a sobrecarga e os riscos operacionais. Apesar das contratações por concurso público durante o atual governo Lula, o Sindicato exige a convocação imediata de todos os aprovados, inclusive aqueles em condição de cadastro de reserva, além da abertura de novos editais.

O coordenador-geral do Sindipetro/MG, Guilherme Alves, afirma que a Petrobrás tem evitado as negociações coletivas, priorizando medidas unilaterais. “Queremos uma empresa que respeite quem gera os seus lucros e que não apenas distribua dividendos a acionistas. Se não fosse pela luta dessa categoria, a Petrobrás teria sido vendida, causando grande prejuízo para toda a sociedade. Caso não haja avanço nas negociações, novas paralisações serão inevitáveis”, alertou.

Segurança em pauta

A segurança do trabalho também preocupa os petroleiros de Minas Gerais. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), apenas em 2024, ocorreram 718 acidentes de trabalho no setor, sendo 78 com gravidade. Na Petrobrás, a FUP contabiliza 6 mortes em 2024. Para Guilherme Alves, os trabalhadores terceirizados são as principais vítimas desse processo de precarização, seja pelas piores condições de trabalho ou pela baixa qualidade dos contratos. “A falta de efetivo e a precarização criam um cenário de risco. Os terceirizados, que representam a maioria das vítimas fatais, estão submetidos a condições inaceitáveis. A Petrobrás, como contratante, precisa revisar os acordos com as empresas terceirizadas e garantir direitos básicos, com salário, benefícios e jornadas de trabalho dignas”, denunciou.

Por se tratar de um serviço essencial, o Sindipetro/MG informa que estará à disposição para negociar com a gestão da Petrobrás, de forma a garantir o direito constitucional de greve dos trabalhadores e assegurar a produção e o abastecimento das necessidades inadiáveis da população.