Deseja Viajar? Garantimos os Melhores Preços!
CLIQUE AQUI - Para receber as notícias do Jornal Montes Claros direto no seu WhatsApp!!!

Leandro Heringer
Leandro Heringer

Coluna de Leandro Heringer – Cristofobia: entre Belo Horizonte e Paris

📲 e o canal do JORNAL MONTES CLAROS no WhatsApp

Recentemente a palavra fobia é utilizada para demonstrar preconceito em relação a determinada pessoas, grupo social ou até mesmo ideias. Gordofobia, homofobia, transfobia, xenofobia. O termo grego significa aversão e a popularização do seu uso demonstra, ao mesmo tempo, consciência e perigo.

Saber que “fobias” existem é o primeiro o. Aracnofobia é aversão ou medo de aranha. Gordofobia é o preconceito com pessoas gordas. Ter conhecimento que ocorrem tais situações é essencial para lidar com elas.  Há aproximadamente 10 anos, ouvi de uma pessoa que trabalhava no departamento de Recursos Humanos de uma grande empresa que a organização não contratava gordos. Para a gestão, a pessoa gorda ava imagem de preguiçosa e devagar. Um preconceito que, de modo prático, era concretizado e prejudicava tanto a organização quanto profissionais do mercado de trabalho.

Como a realidade apresenta, pelo menos, dois lados. Há o perigo da banalização das “fobias”. Se tudo pode ser classificado como fobia, o sentimento de ser excluído a a proporcionar poder subjetivo. Em diversas situações não é o que se diz, mas quem diz. Uma pessoa gorda fazer piada sobre ser gordo pode ser aceito pelo “lugar de fala”. Uma pessoa magra demonstraria preconceito. Independentemente do que for dito e da relação das pessoas com a audiência da fala. Há o potencial vitimismo ou oportunismo vitimista.

No campo das artes, o limite para classificação das fobias e dos “discursos de ódio” é relativizado. “A arte não tem limites”. “Limitar a arte é censurar”. Depende. Há uma agenda de conceitos denominada “Woke”. A cultura woke é uma expressão americana utilizada para aplicação de narrativas em diversos tipos de conteúdo. O termo refere-se a adeptos do relativismo moral e de propostas como a ideologia de gênero. Há relativização de realidades naturais e objetivas desde a família até a liberdade de expressão.

Não raro em desenhos teoricamente infantis surgem cenas e temas inapropriados para crianças. Reclamações de pais que acompanham seus filhos são frequentes em plataformas. A questão não é o tema, mas a pertinência para o público. A doutrinação da cultura woke pela arte é clara.

Sendo assim, o limite da arte é determinado pelo interesse de quem “julga” a arte. O humor é exemplo claro. Expressão artística que dependendo de quem a produz recebe punição até jurídica. “Qual o limite do humor?”. Como toda arte, o humor não tem limite? Depende de quem faz o humor.

No contexto contemporâneo, produções ligadas à cultura woke não possuem, por parte de pessoas interessadas em sua divulgação, limites. Na abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, a sátira ao quadro da Santa Ceia afeta mais de 2,4 bilhões de cristãos no mundo e mais de 160 milhões de cristãos brasileiros.

Recentemente, houve manifestação contra desenho exibido na Rede Minas. Claramente de conteúdo cristão a exibição da produção em uma rede pública, mantida pelo Governo de Minas e que está no organograma da Secretaria de Estado de Cultura, foi duramente criticada. Os argumentos disseram respeito ao conteúdo.

Os argumentos a respeito do desenho cristão deixam expostos preconceitos e evidentes as ameaças à liberdade de expressão. Texto do Sindicato de Jornalistas refere-se ao desenho como “conteúdo criacionista e que reforça estereótipos de gênero”.

Em solicitação ao Ministério Público Mineiro, foram apresentados argumentos como “incitar a intolerância e o ódio público àqueles indivíduos cuja identificação não coincida com o seu gênero biológico de nascimento ultraa os limites da propagação de ideias e transgride os valores estabelecidos pela ordem constitucional”.

Os argumentos da reação ao desenho cristão veiculado demonstram a intolerância em relação à temática tradicional e cristã. Percebe-se que tanto em Paris quanto em Belo Horizonte há claramente manifestação cristofóbica. Ofensa e perseguição ao cristianismo. Tentativa de “lacrar” sobre a fé cristã. Sob o pretexto artístico ou legalista.

No primeiro caso, após a tragédia ocorrida em Paris com o jornal Chales Hebbo, ficou entendido que ofender a fé islâmica não era possível. Mesmo entendendo que também seja posicionamento contrário à cultura woke.

Já no caso mineiro, o argumento de Estado laico- separado da religião- ficou em segundo plano. O foco estava na mensagem. Como pode a rede pública de televisão transmitir mensagem e valores diferentes da proposta woke?

A cultura cristã é democrática. O cristianismo é inclusivo. “Vinde a mim todos os que estão cansados e oprimidos e eu vos aliviarei” é uma agem bíblica no livro de Mateus. “O salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna” citado no livro de Romanos capítulo sexto. O Deus cristão ama a todos e abomina o pecado, o erro. Não há relativismo moral. A cristofobia assim como outras fobias no mundo prático é excludente promovida por interesses nem sempre claros, mas certamente seletivos.