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Leandro Heringer
Leandro Heringer

Coluna de Leandro Heringer – Ideologização da Saúde

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Cazuza cantava nos anos de 1980 “Ideologia. Eu quero uma pra viver”. Percepções pessoais e visões de mundo são essenciais para a existência humana. Poder expressá-las é fundamental.

Contudo, as ideologias podem gerar prejuízos para a istração Pública. Essa realidade é clara e expressa, por exemplo, nos princípios constitucionais da Legalidade, Impessoalidade, Publicidade, Eficácia, Eficiência, entre outros.

As decisões e percepções da população acerca das ações e políticas públicas devem ser notadas, mensuradas e consideradas. O diálogo é fundamental para informar e buscar convencer os cidadãos.

Nesse sentido, é preciso observar os discursos e as ações da gestão do Sistema Único de Saúde e a proposta em relação aos usuários do SUS. A Campanha de Vacinação contra Pólio teve início em 27 de maio de 2024. Historicamente, as coberturas dessa vacina são altas. Contudo, em Minas Gerais, desde 2015, há uma diminuição na cobertura vacinal.

É preciso ouvir os argumentos da população para saber dialogar. A Comunicação Pública não deve ser feita no ar-condicionado dos gabinetes baseada em brainstorm de mentes supostamente “iluminadas”. Ao contrário de outras vacinas que foram alvo de questionamentos até sobre a eficácia ou de imunizantes de doenças que possuem tratamentos, a vacina contra pólio era bem aceita.

A não convivência com pessoas com a doença pode ser um dos fatores para relativizar, erroneamente, a importância da vacinação. A paralisia infantil não tem cura nem tratamento. Os efeitos são muito sérios como crescimento diferente das pernas, o que faz com que a pessoa manque e incline-se para um lado, causando escoliose; osteoporose; paralisia de uma das pernas; paralisia dos músculos da fala e da deglutição, o que provoca acúmulo de secreções na boca e na garganta; dificuldade de falar entre outros. Informações a respeito podem ser adas no site do Ministério da Saúde.

Como também canta a banda Titãs “Nenhuma ideia vale uma vida”. Buscar informação é essencial tanto para argumentar quanto para contra-argumentar. Nota-se, tanto na população quanto em alguns órgãos, a radicalização ideológica. Na saúde, essa postura pode levar a ações e políticas individuais, coletivas e de saúde pública temerárias.

Deixar de proteger crianças contra pólio é uma delas. No plano de políticas públicas, discursos anacrônicos como o da “Luta Antimanicomial” fazem com que a saúde mental não ofereça o SUS na integralidade, Um dos princípios do sistema de saúde nacional. Ministério da Saúde e secretarias de saúde defenderem o não oferecimento de atendimento hospitalar para a população é atestado de incompetência gerencial e/ou de ideologização.

Por fim, a ideologização na saúde chega à comunicação. Comemorando no dia 28 de maio o “Dia da Dignidade menstrual”, o Ministério Da Saúde publicar texto com o seguinte título “Quase 2 milhões de pessoas receberam absorvente de graça este ano”. A menos que absorventes sejam distribuídos para pessoas responsáveis por mulheres na situação menstrual, há clara abordagem ideológica.

Homens são incapazes de menstruar. Não possuem endométrio. Dessa forma, há impossibilidade biológica de viverem tal situação. O fato relevante da assistência às mulheres acaba sendo atingido por um viés ideológico. Não há questionamento de a pessoa se identificar ou querer ser chamada pelo nome social. Há questionamento sobre a retirada da realidade biológica em um ministério que aborda a saúde.

Independentemente de questões pessoais, a ciência define áreas de atuação. Um dos perigos da ideologização da comunicação é a desinformação. Uma mulher será atendida e terá cuidados preventivos com doenças relacionadas a fatores biológicos. Acompanhará para evitar, por exemplo, câncer de colo do útero. Assim, retirar o termo mulher em detrimento de pessoas consiste em desinformação.

Ideologia na saúde pode matar. Em um embate entre ícones do rock nacional a escolha é pela poesia de “Enquanto Houver Sol”. Enquanto houver sol, há esperança. Nenhuma ideologia vale uma vida.