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Adilson Cardoso
Adilson Cardoso

Coluna do Adilson Cardoso – Plano espetacular

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Coluna do Adilson Cardoso – Plano espetacular

Sábado como de costume, o supermercado estava lotado de gente, nas intermináveis fileiras, grandes variedades de alimentos, produtos de limpeza, higiene pessoal, bebidas, sucos e itens de papelaria.

Os funcionários andavam desorientados com seus uniformes vermelhos para atender todo mundo, em cada repartição havia um olho de câmera que acompanhava tudo. Também tinha um homem forte com músculos salientes, usava uma camiseta branca, onde se lia “Posso te ajudar?” ele ficava circulando lentamente próximos aos caixas, vez ou outra falava alguma coisa no radio comunicador que estava á mão. Aberto de 08:00 ás 20:00h, dizia a placa do lado de fora, um rapaz de cabelos penteados com gel e olhos assustados, adentrou quando o relógio mostrava um minuto para as vinte horas. As portas já estavam baixadas, exceto uma do meio em que o segurança saia para fumar, enquanto tragava de olhos fechados, o rapaz escorregadio mergulhou e foi direto as prateleiras. Lá de cima o olho das câmeras e proprietário notou aquela presença, berrou pelos alto falantes, provocando um caos em todos os funcionários, se misturaram vendedores, repositores, caixas e até os açougueiros que desossavam as carnes, em busca do invasor que rastejava silencioso entre as prateleiras, sem conseguir conter-se apenas dando instruções, o chefe com seu andar dificultoso pelo excesso das banhas foi pessoalmente na direção do rapaz, que já havia deixado o lugar que escondia e, se aproveitando da porta ainda aberta, saiu.

Horas depois de revirarem canto a canto, e até solicitar o cão farejador da policia, concluiu-se o obvio, o invasor já estava longe. Pior para quem tinha marcado compromisso naquela noite. “Ninguém vai embora até descobrirmos o que foi roubado!” Falou o velho gordo suado e fumando. Começou o pente fino, câmeras abertas, todo mundo assistia, o segurança culpado estava demitido, mas só poderia sair quando tudo se resolvesse. Segue o pente fino, conferem-se os caixas, tostão por tostão, nota por nota, parece que batia.

O velho não acreditava, chamou todos de burro, ligou para o filho que dava aula de matemática, contou tudo sozinho, minuciosamente cada centavo, item por item, horas depois, disse “ufa” atestando a versão anterior. O velho ainda estava incrédulo, verificou as imagens da câmera pela centésima vez, o rapaz se escondia, olhava em todas as direções, não parecia ser gente sem parafuso na cabeça, era ladrão sim. “Vou chamar o contador” O contador examinou os números, pediu informações da forma usada para se chegar aquele resultado e deixou de lado. Usou o principio da contagem de um método infalível que só os contadores têm e ou a ticar, item por item, centavo, pedaço de centavo e até os “noves fora” horas depois um suspiro, “Ufa” dizendo que estava tudo perfeitamente correto, o dinheiro dos caixas comungava plenamente com os produtos vendidos, até um troco errado constava em favor do estabelecimento. O velho acreditou. Era madrugada, mas ninguém podia sair, ligou para o técnico em segurança do cofre, horas depois o laudo dizia que estava tudo em ordem, não havia digitais.

O velho estava preocupado, achava que poderia ter sido vitima de alma de outro mundo, aquilo incomodava, lembrou-se de que quando era garoto empurrara um primo de cima da ponte. Olharam novamente as câmeras, funcionários, o filho, o contador e o técnico de segurança do cofre. Por unanimidade ele não estava louco. “Então vamos procurar item por item nas prateleiras!” Disse o velho, suando e fumando. Porém um burburinho foi gerado naqueles até então, pacatos recebedores de ordens. Vozes se rebelaram. “Pode mandar embora, mas eu não fico mais um minuto sequer!” Disse um vendedor que foi seguido pelos outros.

O velho reitiu o segurança e mandou que ele atirasse no primeiro que fosse em direção  da saída. “O Tião é ex-presidiario, já matou gente!” Cochichou uma voz naquele meio. Já era dia depois da noite seguinte, quando os estafados funcionários concluíram a tarefa. O filho matemático e o contador com o olhar do técnico de segurança do cofre, atestaram que realmente nada faltava naquele estoque.

Uma semana depois o supermercado faturava como nunca, havia promoções e muitas novidades, funcionários felizes com uma gratificação pelo espírito de equipe. O mesmo segurança fumava naqueles minutos finais para as vinte horas, seu prazer com uma profunda tragada lhe fechava sensivelmente os olhos, quando aquele mesmo garoto de cabelos com gel e olhos assustados, ou despercebido por aquela porta entre aberta, desta vez outras quatro pessoas armadas estavam com ele, já sabiam o caminho até os caixas e que lá em cima ficava o olho das câmeras.

 

Adilson Cardoso
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