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Dr. Marcelo Eduardo Freitas
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Coluna do Dr. Marcelo Freitas – O Gosto do Agosto!

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Coluna do Dr. Marcelo Freitas – O Gosto do Agosto!

A expressão Agosto, originária do latim augustus, representa o oitavo mês do calendário gregoriano. Foi assim chamado por decreto em honra ao imperador César Augusto. Dizem que Agosto é o mês do desgosto. Eu não penso assim!

Agosto traz consigo algumas peculiaridades sertanejas que são intrínsecas a nós, norte mineiros por nascença ou por adoção: o friozinho, a canela cinza em razão da poeira, a mata seca nas serras que circundam a cidade e, é claro, as tradicionais festas que marcaram minha infância.

Cercada de mitos e lendas, as Festas de Agosto simbolizam um patrimônio histórico de nossa cidade. Congrega pessoas de vários cultos, festeja santos e cultiva a tradição. Narra a história de nossa terra, instiga o imaginário e faz a fusão da razão com a emoção, o inventado com o poético.

Nesta mistura de cores e sabores, há mais de um século, vimos por nossas ruas os reis, rainhas e princesas, os catopés e caboclinhos, que junto com os marujos formam a “trindade” das Festas de Agosto de Montes Claros… E atrás vai o povo, cultuando a tradição que surgiu da devoção popular, e foi influenciada pela herança da cultura e religiosidade dos negros, dos índios e dos portugueses. Uma mistura bonita de se ver!

O sincretismo e o hibridismo religiosos são marcantes nas Festas de Agosto. Essa manifestação cultural, que começa pela Igreja Católica, mas mistura com os atabaques negros e os cantos indígenas, transformam a devoção, enriquecem e embelezam essa relação religiosa e cultural, que através dessa referência simbólica cria uma extensão única, ampliando e incentivando a identidade e a construção do nosso sofrido povo destes sertões das gerais.

Os Reinados de Nossa Senhora do Rosário, de São Benedito e o Império do Divino Espírito Santo atraem um cortejo de pessoas que vêm na Festa de Agosto uma das maiores manifestações culturais do país, uma grande representatividade de nós norte-mineiros.

Quem nunca ouviu falar em mestre Zanza e seu simbolismo de luta pela preservação dos Catopés? O saudoso Hermes de Paula, que desempenhou um papel importantíssimo para a valorização das Festas de Agosto?!

Com nostalgia, lembro-me da suntuosidade das Festas, quando era pequeno. Talvez as crianças de hoje não tenham tanto compromisso com as Festas de Agosto, mas eu, religiosamente, durante toda a minha infância, até o ensino fundamental, tinha que fazer uma pesquisa sobre a festividade, e incluía participar do cortejo no sábado de manhã, todo ano, sem falta… Bons tempos aqueles! À noite, ao redor da Igreja do Rosário, na praça da Matriz, toda a família participava. O cheiro do arroz com pequi, o colorido das fitas e a alegria do povo. Levo meus filhos sempre! Cultuar nossas raízes, apreciar nossa cultura, tudo isso faz parte da formação do montesclarense!

Agora, os desafios da modernidade confrontam a tradição e a história, mas montesclarense sabe juntar as duas coisas, coexistir ado, presente e futuro. Mistura as culturas dos índios, quilombolas, vazanteiros, geraizeiros… Toca maracatu, tambor e capoeira… Come arroz com pequi, acarajé e beiju… Encanta-se pelo seu artesanato com barro, pintura e tecido… Sente o cheiro da fusão e do misto dos sabores… Cultua a fé, a crendice… Perpetua a estória e a história… Isso são as Festas de Agosto… Isso é Montes Claros!

A importância das Festas de Agosto transcende o místico e o religioso, e se torna vital como política cultural de transformação da realidade social, pois democratiza e insere, combate à exclusão e cria uma cultura de paz, desenvolvimento e cidadania.

Que possamos carregar conosco essa identidade cultural, de respeito e fé, cultuando nossas tradições e ampliando nossos valores humanos. Que o rico folclore montesclarese seja reverenciado e que nossa diversidade seja apreciada e reconhecida. Como nos ensinou Dulce Sarmento em sua música Catopê:

“Ô Catopê!
No terno de São Benedito,
No terno de Nossa Senhora,
Vem cantar a glória!
Vem cantar a glória!
Viva Montes Claros!” Eis o gosto do Agosto!

Dr. Marcelo Eduardo Freitas – Delegado de Polícia Federal e Professor da Academia Nacional de Polícia.

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