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Adilson Cardoso
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Coluna do Adilson Cardoso – O crime do bar

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Coluna do Adilson Cardoso – O crime do bar

Fanico descia a rua de cabeça baixa, naqueles dias de chuva era foda de caminhar por ali, pois metade do asfalto estava rachado e os pés se atolavam na  lama misturada a lixo. A luz da casa de Simileide estava acesa e o portão trancado, pelo buraco de um furo de bala se via a porta da sala entre aberta, as cortinas do quarto estavam arreadas. — Filha da Puta! – Falou o rapaz retirando a vista  do buraco, apoiou a mão esquerda no muro e a direita pousou na cintura. Do bolso da jaqueta de Brim retirou um cigarro e não acendeu, mergulhou um olho novamente para certificar, a cena continuava intocável e seu pensamento recriando o quarto, forçou mais uma vez a maçaneta enferrujada e deu as costas ao portão. Com o cigarro aceso andou apressado até a esquina, pisou em um monte de barro e raspou os pés no chão com violência. — Desgraçada, filha da puta! – Vociferou deixando a voz se evaporar junto á  fumaça. A chuva retornava fina e fria com o céu carrancudo, a qualquer ponto que se olhasse a visão aterrorizante não mudaria. Fanico andou mais cem metros até o único Bar que se atrevia a resistir de portas abertas, Era tarde e perigoso. Quando adentrou a porta do antro, viu que espremidos num  pequeno espaço, um casal se beijava ao lado de uma Sinuca, ela usava mini-saia de um material escuro, provavelmente imitação de couro, uma blusa cavada deixando parte dos seios à mostra. As pernas eram grossas e bem cuidadas, o homem estava aparentemente bêbado, sua postura curvada e inconstante denunciava,tinha os braços nus expondo uma tatuagem mal feita, usava calça jeans e uma bota de couro negro. Havia um pequeno corredor e no final uma porta que indicava ser de um banheiro único, próximo a ela uma senhora de vestido longo e amarelo, bolsa a tira colo falando ao ouvido de outra que parecia da mesma idade. Enquanto discutiam, três homens que bebiam em bancos próximos ao balcão revezavam os olhares sobre elas. Isolado em outra extremidade estava um gordinho,  vesgo de camisa social amarrotada por fora de uma calça suja, parecia ter caído. Ele tomava a cerveja em goles rápidos e seguidamente virava o copo de aguardente que segurava em outra mão. O dono do bar que estava com os óculos quase a ponta do nariz escrevendo em um caderno, abdicou-se  momentaneamente para observar aquele que chegava Sorrateiro. ou a mão pela cintura e percebeu que algo lhe faltava, meticuloso foi se mexendo, tentando não ser notado, mas Fanico não estava disposto a esperar que ele reagisse. — Levante essa mão seu escroto filho de uma puta! Para quem é que aquela vagabunda está dando agora? – Gritou Fanico com o dedo no gatilho do revolver Trinta e Oito de cano curto. — Baixe esta arma, vamos conversar! – Temeroso o comerciante buscou o dialogo. — Conversar porra nenhuma! Só quero saber com quem é que aquela vagabunda está! Ou você abre a boca ou será seu ultimo de corno aqui na terra! – Enquanto ele  berrava de arma em punho, os clientes que bebiam próximo se deitaram no chão. As mulheres do fundo que conversam em segredo emudeceram. O casal próximo a Sinuca fingia estar ausente dali. Numa contagem mortal sem abrir a voz Fanico decidiu pelo fim da negociação, atirou  duas vezes contra a cabeça do homem que havia se virado para reagir. Chegando mais próximo atirou mais duas vezes, desceu um gole intenso de Conhaque pela garganta observando o sangue que escorria daquela cabeça,  saiu em disparada. Enquanto seguia  recarregava a arma com ódio. Na ponta do cigarro que fumava acendeu outro  e não mirou  o buraco, mas um chute violento junto da fala. — Simileide! Simileide vagabunda! – O portão que estava destrancado bateu com força no muro, o cachorro ameaçou rosnar, mas desistiu e foi para os fundos, a porta da sala estava toda aberta, no chão sinais de os lamacentos, a cama desarrumada estava vazia.

 

Adilson Cardoso
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