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Por dia, cinco casos de violência contra LGBTs são registrados no Brasil
Por dia, cinco casos de violência contra LGBTs são registrados no Brasil

Por dia, cinco casos de violência contra LGBTs são registrados no Brasil

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Por dia, cinco casos de violência contra LGBTs são registrados no Brasil

Por dia, cinco casos de violência contra LGBTs são registrados no Brasil
Por dia, cinco casos de violência contra LGBTs são registrados no Brasil

 

A cada dia, cinco lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais ou transgêne-ros (LGBTs) rompem o silêncio e denunciam algum tipo de violência sofrida ao Ministério da Justiça e Cidadania. No ano ado, 1.876 gritos de socorro foram registrados por meio do Disque 100 – sendo 96 em Minas Gerais. 

São números que evidenciam um grave problema, mas que não são capazes de transmitir o tamanho dele, uma vez que sequer existem estatísticas oficiais para medir quantas vidas são perdidas ou violadas em nome do preconceito de gênero e orientação sexual.

Levantamento do Grupo Gay da Bahia (GGB) com base em notícias publicadas pela imprensa, estima que 343 assassinatos de LGBTs teriam ocorrido no ano ado no país. Conforme os dados, foi o maior número dos últimos 37 anos, quando começou a medição. Em Minas, foram 21. Os mais atacados são os transexuais e travestis, que representam 42% dos mortos no período (144).

Mesmo com os números subdimensionados, o antropólogo e fundador do GGB, Luiz Mott, afirma que o Brasil é o campeão mundial de assassinatos de LGBT. “E os trans são mais afetados porque 80% deles vivem de prostituição, atividade extremamente perigosa”.

Tal realidade é muito conhecida por Tiffany Maria, de 27 anos. “Na época em que assumi, só a prostituição me acolheu. As pessoas não sabiam lidar, queriam me agredir. Não consegui continuar na escola e nem em emprego formal”.

Aos 13 anos, a jovem já sabia que apenas o corpo era masculino. Difícil foi convencer a família. “Meu irmão me batia demais. Era um machista. Cheguei a fugir de casa várias vezes, mas sem ter para onde ir acabava voltando para a casa da minha mãe”, lembra.

REALIDADE DIFÍCIL – Tiffany Maria, a Titi, já foi agredida até pelo irmão. “Denunciar não dá em nada”, diz
REALIDADE DIFÍCIL – Tiffany Maria, a Titi, já foi agredida até pelo irmão. “Denunciar não dá em nada”, diz

 

 

Nos 14 anos de mudança Tiffany foi agredida diversas vezes. Olhares e palavras maldosas dirigidos à ela são corriqueiros. As agressões físicas são incontáveis. “Já teve caso de homem que apontou arma para mim. Nem sei dizer quantas vezes fui agredida”, lamenta. Apesar de tudo isso, ela nunca denunciou os agressores. “Para quê? Não dá em nada”.

Segundo a delegada da Coordenação de Direitos Humanos da Polícia Civil, Elizabeth Martins de Morais, são muitos os casos que não chegam à delegacia. “Muitas não nos procuram por vergonha”. Ela garante, porém, que os casos denunciados são apurados com rigor, o que, de qualquer forma, não ajuda nas estatísticas.

Segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública, em Minas Gerais só há um ano existe um campo que indica “violência com vítima autodeclarada bissexual” no Boletim de Ocorrência, o que prejudica o levantamento de dados.

Sem limites

Não somente aqueles que vivem da prostituição são vítimas da chamada transfobia. A belo-horizontina Naomi Savage, de 35 anos, é prova disso. Ela já não se prostitui mais e tem conquistado espaço no mundo da moda. Foi a primeira trans a posar para os alunos de Desenho de Modelo Vivo da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, onde reside atualmente.

Foi brutalmente agredida por um homem às véspera do Carnaval deste ano sem motivo aparente. “Foi a pior coisa que já me aconteceu. Depois de muito apanhar consegui entrar em um táxi. Mas o meu agressor disse que foi roubado por mim e o taxista me retirou do carro à força”, conta. Com medo, ela também não denunciou a agressão.

Em cinco anos, 115 assassinatos de trans em Minas Gerais teriam sido noticiados pela imprensa, conforme dados do GGB. O número é muito aquém da realidade. A delegada da Coordenação de Direitos Humanos da Polícia Civil, Elizabeth Martins, lembra que a identificação de gêneros em Boletins de Ocorrência ainda é muito falha no Estado.