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Adilson Cardoso

Coluna do Adilson Cardoso – Próxima Cena

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Coluna do Adilson Cardoso – Próxima Cena

— Não e nesta rua após as dezenove horas! – Tina lia o cartaz afixado no poste e olhava no relógio.

Diluído demorava como sempre, mas ainda faltavam alguns minutos para as dezoito horas. Diluído era a alcunha do seu companheiro de doze anos, juntos fabricaram quatro filhos e ainda cuidavam de dois cães, mas por vontade dele não se casaram. Ela até tentara lhe convencer de que o casamento feito na igreja Deus abençoava melhor, mas ele dizia que padre era comedor de feijão como o restante dos homens, Deus poderia abençoá-los sem conversa fiada de homem que usa vestido. Mecânico de moto gastava parte do que ganhava tomando seus pileques e jogando em maquinas de Caça Níquel.

— Você sabe muito bem que estas máquinas são ilegais, se um dia a policia flagrar vai o dono do bar e você para o xilindró! – avisava a mulher sempre que ele chegava com os bolsos abastados de moedas.

— Fica de boa mulher, eu sei o que estou fazendo! – Respondia sem se importar com o que ouvia.

Tina já começava a se preocupar, aram-se quarenta minutos da sua chegada e nada do marido, naquele horário as pessoas assustadas iam se dispersando, ar por ali somente em carro blindado ou escoltado por policiais fortemente armados, os usuários de drogas chegavam trazendo seus objetos de barganhas, feito formiguinhas enfileiradas desciam com televisores, rádios, telefones celulares, bicicletas e até itens de cesta básica. Outro dia um viciado negociara a própria mãe que por duas horas ficara sob o domínio do traficante, enquanto ele fumava suas pedras, o mais interessante é que ela se afeiçoara do escambo e todos os dias acompanhava o filho. Mesmo quando ele tinha como pagar pela droga ela se justificava:

— Estou dando como garantia! Se amanhã ele não tiver dinheiro, terá créditos.

Dezoito horas e cinqüenta e cinco minutos, ligaram o funk, os loucos começavam a fervilhar e Tina desorientada retirou o telefone da bolsa, observando os lados suspeitos ligou para o marido, como sempre acontecia seu numero dizia que estava na caixa postal. Uma viatura da policia encostou, o coração de Tina que estava oprimido foi desacelerando.

— Graças a Deus, estou salva. – Pensou abrindo um sorriso.

— Perdeu comadre, perdeu, e o celular! – gritou o policial com o revolver numa mão e uma lata de cerveja na outra.

— Policial o que é isso? Eu não sou bandida o telefone é meu, a nota está aqui olha, ainda estou pagando! – Argumentou pensando ser um mal entendido.

— Cala a boca porra! e o celular! – Gritou o policial.

Mansamente a viatura foi saindo para o desespero da mulher que já não sabia aonde ir. ava das dezenove e o inferno estava montado, um balde de água gelada caiu sobre sua cabeça do segundo andar de uma casa ao lado.

— Sai fora da minha porta drogada, ladrona de celular! Ainda bem que a policia não deu mole! – Gritou uma voz batendo a janela.

Sem nada a dizer Tina escorreu a mão pelos cabelos encharcados e levantou o dedo médio, sabia que a dona da voz a espiava pelas gretas da janela, abaixou pegando um pedaço de concreto que estava na rua, à viatura da policia voltava sem pressa, com um movimento rápido e certeiro lançou a pedra esfacelando o para brisas. Naquelas imediações a figura mais detestada era daquele carro, aqueles homens e suas ordens, vendo-a naquele ato insano, um viciado que carregava um filtro de água para a barganha com droga fizera o mesmo, outro que negociaria seu cachorro Pitbull entrou na guerra, e aquele que descia sempre junto da mãe para aumentar seus créditos também participou logo dezenas de pessoas atacavam a viatura, os policiais corruptos correram para um matagal adjacente e Tina recuperou seu telefone, ainda levou o revolver e a carteira do motorista.

— Corta! Lizandra esta fase da Tina é uma fase mais violenta, mais vingativa entendeu? Precisa mais de expressão facial! Cinco minutos para uma água!

— Saco, cara chato! – Lizandra resmungou baixinho balançando a cabeça em sinal de positivo. – Enquanto isso o diretor enquadrava o automóvel usado na cena com as duas mãos.

— Só cinco minutos hein Lizandra! – reforçou gritando para a atriz que saia do Set falando ao celular.

Por Adilson Cardoso

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