You dont have javascript enabled! Please enable it! Coluna do Adilson Cardoso - Vizinhos | Jornal Montes Claros Deseja Viajar? Garantimos os Melhores Preços!
CLIQUE AQUI - Para receber as notícias do Jornal Montes Claros direto no seu WhatsApp!!!
Adilson Cardoso
Adilson Cardoso

Coluna do Adilson Cardoso – Vizinhos

CLIQUE AQUI - Para receber as notícias do Jornal Montes Claros direto no seu WhatsApp!!!

Coluna do Adilson Cardoso – Vizinhos

Vital e Osmar são  dois entregadores de feira  em um Supermercado cheirando a naftalina, o dono tinha um olho apertado metido a Japonês, “velho filho da puta mão-de-vaca” diziam ao receber o pagamento cheio de descontos. Cada um tinha três filhos, os mais velhos avam pouco dos 12 anos, por coincidências as esposas também trabalham juntas, faziam faxina em um prédio descascado do bairro vizinho, se lamentavam por serem  obrigadas a prestar serviços à gente que morava em apartamentos do “Programa Minha Casa Minha Vida”, E ainda trabalhavam em escritórios de bairros nobres, sempre que alguém as perguntava sobre o que faziam informavam endereços do centro da cidade. Dina e Antonia acordavam sempre no mesmo horário e faziam a comida, os filhos mais velhos cuidavam dos mais novos. Vital era esposo de Antonia, diferente  do outro casal eram avarentos e invejosos, infiltravam os filhos na casa dos vizinhos para descreverem  tudo que ouviam  e viam, certa vez compraram uma televisão de 50 polegadas apenas por Dina ter comentado com Antonia  que gostaria de assistir a novela em uma tela maior, qualquer dia fariam o esforço. Osmar ganhara um relógio amarelo, imitação de ouro, presente de um sobrinho que há tempos não via. Vital avisou a esposa que naquele mês ela que se virasse com as contas da casa, precisava comprar um relógio amarelo, mas um amarelo que fosse quase ouro  maciço. Assim, mais uma vez os entregadores estavam parecidos, até as cuecas eram das mesma marca, os clientes do velho do olho de Japonês achavam que aquela semelhança no vestuários dos dois fazia parte do uniforme. Por ser o  mão-de-vaca acostumado a criticas pejorativas, recebia a fraude verbal com regalo e incentivava Vital a copiar  mais o colega. Osmar não se incomodava com aquelas atitudes, pelo contrário, via como um apreço dos vizinhos para com ele e a esposa, contrário de Dina que estava sempre reclamando.

  — Homem até quando você vai ficar fingindo que não vê a falsidade deste casal de cobra?! – Dizia em tom moderado, já que existiam sempre ouvidos grudados  as suas portas e janelas.

 — Calma mulher, estou dando corda para eles se enforcarem! – Respondeu calmamente como se tivesse um plano.

No outro dia de faxina no prédio descascado Dina observava alguns rapazes fortes que jogavam futebol na quadra, eram comerciantes de drogas do ultimo Bloco. Dina usava uniforme cinza e guarda-pó com o nome da Firma, os cabelos ficavam presos dentro um gorro sem arte e os pés se escondiam nas botas. Neste dia virou por acinte uma tinta sobre a roupa e colocou um short apertado, uma camiseta evidenciando os seios e ou com uma mangueira chamando atenção, foi ao Bloco dos drogados. Seguida por alguns daqueles, fez questão de demorar-se insinuando algo a mais que uma simples necessidade de saber onde era o registro de água como dissera. Ao voltar o cabelo estava solto e o zíper aberto, trocou a roupa e disse a Antonia que precisaria ir, insinuou que havia acontecido alguma coisa, foi para casa. Antonia para não perder a disputa seria capaz de qualquer loucura, inclusive se oferecer as mesmas pessoas que supostamente ficaram com Dina. E lá foram para o Bloco dos drogados, sem entenderem o tesão repentino da faxineira, agradeceram e por lá ficaram toda à tarde. Como é costume dos últimos dias, nada pode dar prazer se não for compartilhado, assim quando Antonio chegou em casa seu corpo já estava em todos os cantos. Mas ainda tinha o plano do Osmar que estava marcado para aquela data, como sempre ficaram sozinhos naquele horário no estoque cheirando a barata e naftalina.

— Vital preciso confessar a você que tenho vontade que me possua! Disse ele no olho do colega.

Avarento e sequioso para depreciar o rival sorriu  sem acanho e respondeu.

— Posso lhe quebrar o galho, mas quanto eu levo?

Combinaram o valor, Osmar pediu que ele se despisse e fosse para trás de uma prateleira, sabia que o patrão instalara uma câmera para flagrá-los, pois desconfiava que dormissem em serviço. O velho fazia o caixa quando Osmar ou fingindo-se ofegante.

 — Ai meu Deus, socorro chefe, acho que o Vital enlouqueceu!

O velho que tremia a boca quando estava nervoso demorou um pouco para falar.

 — Mas o que isso que você está me dizendo?

 — Ele acabou de tirar a roupa e me chamar para fazer umas coisas com ele! O olho apertando de Japonês pareceu ter ficado menor com o susto.

 — Pelo amor de Deus eu tenho marcao!

— Então olhe o senhor mesmo!

Disse apontando para o visor desligado, as imagens eram dantescas, Vital totalmente nu agachado atrás da prateleira chamando por Osmar.

Por Adilson Cardoso

Adilson Cardoso
Adilson Cardoso
 

Acompanhe mais notícias no Jornal Montes Claros.com.br e fique por dentro dos principais acontecimentos da região!

CLIQUE AQUI - Para receber as notícias do Jornal Montes Claros direto no seu WhatsApp!!!

Sobre Jornal Montes Claros

Últimas notícias de Montes Claros e da região Norte de Minas Gerais. Acompanhe a cada minuto ás informações em tempo real de interesse para o cidadão.