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Adilson Cardoso
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Coluna do Adilson Cardoso – A morte de Augusta

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Pessoas ouviram curiosas as primeiras noticias do rádio naquela manhã de quarta-feira, comentavam estarrecidas mais um crime misterioso, o motorista do ônibus olhou pelo espelho buscando entender o que dizia o ageiro ao lado, era a décima que se falava no nome de Augusta. No ponto final do bairro juntou-se ao cobrador e viram na internet do celular que uma mulher havia sido morta por um assaltante, mas a polícia não divulgaria o rosto nem maiores detalhes. A mãe do motorista chamava-se Augusta e havia saído sozinha naquela manhã para receber o pagamento, preocupou-se, já que muitos aposentados vinham sendo vitimas do mesmo crime, pediu ao cobrador que abrisse novamente a matéria e verificasse detalhes, a tal Augusta era jovem ou velha? Precisava de algo que lhe desafogasse o coração. Mas era vã qualquer tentativa em busca de noticias além daquele breve relato, pior ficaria partir daquele momento, pois nada mais constava na página já expirada. Ligaram para a polícia, foram informados de que se tratava de um crime com fortes suspeitas de algo que vinham suspeitando há tempos, nenhuma palavra seria acrescida além daquela, poderia ser reada ao cidadão comum, o motorista reagiu dizendo que não se considerava um cidadão comum, pois era pessoa responsável por dirigir o ônibus que conduzia os cidadãos aos seus respectivos destinos, atravessava a cidade todos os dias. A polícia deferiu a não consideração do motorista na árvore dos cidadãos comuns, mas pediu um minuto para consultar a lista de seres considerados dignos em receber informações que não poderiam ser dadas a cidadãos comuns, após tocar infinitas musicas exaltando o serviço da policia militar, o atendente voltou dizendo que infelizmente o motorista do ônibus não constava na lista dos profissionais com privilégios de receber informações secretas. O motorista argumentou que tinha quase certeza de que a tal Augusta seria sua mãe, o atende sem esboçar sentimentalismo deu os pêsames em nome da policia militar e desligou o telefone. O motorista então  lembrou-se com um pingo de lágrima a escorrer do canto do olho esquerdo  quando sua mãe lhe comprava os chicletes de morango, lhe buscava na escola e fazia a sopa de carne com arroz que ele adorava, mas também vieram lembranças amargas, o dia em que flagrara seu tio e ela tomando banho juntos e nus,  enquanto o pai dele  estava preso por tê-la agredido, no período de prisão do velho  também visitaram sua casa um homem que dizia ser detetive, mas só chegava à meia noite para falar com ela, os dois ficavam trancados dentro do quarto, ela  pedia que ele e os irmãos fossem dormir mais cedo, pois estava fazendo o que era possível para libertar o marido, vinha também o vendedor de sucos e salgados numa bicicleta cargueira… Mas, aquelas não eram boas recordações para se nutrir naquele momento em que a pobre senhora poderia ter sido vitima de algo que a policia já suspeitava. O ônibus era lotado novamente e o olho do motorista buscava dentro do espelho captar quem comentava sobre o crime misterioso, prestou tanto atenção certa hora que avançou o sinal vermelho e por sorte não ava outro carro cruzando a via, mas o olho do motorista era inquieto, atento a quem ao mesmo abrisse a boca para bocejar. E as pessoas foram descendo até que chegaram  corriqueiros no ponto de parada,  o motorista pedia  novamente ao cobrador que verificasse a internet para saber sobre o crime. Mas antes que o rapaz se conectasse a um WI-FI a radio que havia noticiado o crime, estava  ligada em altos decibéis dentro de um bar em frente, o radialista agradecia aos ouvintes pelos dez anos de audiência e oferecia muitos prêmios a quem respondesse as perguntas, ao final completou que Augusta estava mais viva que nunca, aquilo era brincadeira de “Primeiro de Abril”.

Por Adilson Cardoso

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