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Alberto Sena
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Coluna do Alberto Sena – Grão Mogol: Ave, Dona Palmira

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Coluna do Alberto Sena – Grão Mogol: Ave, Dona Palmira

irável a performance de Dona Palmira na solenidade de posse da Academia Feminina de Letras de Montes Claros. Além de possuir memória de aliá, demonstrou vitalidade de “moça nos seus 90 anos”, como disse Ivana Ferrante Rebello, doutora em Literatura, em seu comentário no Facebook. Quanta competência para interpretar poema tão longo. Foram mais de oito minutos.

Dona Palmira eu a conheço só de nome. Não tive o privilégio de com ela conviver em nenhum momento. E, confesso, gostaria de conversar com ela, usufruir de sua fala de mãe, de professora, de escritora. Gostaria de um dia ouvir as histórias dela em volta de uma a de arroz com pequi e carne de sol, se for do agrado dela.

Como sertaneja, imagino, ela gosta de pequi, e sabe, em 100 gr da polpa estão concentradas 200 mil Unidade Internacionais (UI) de vitamina ‘A’. Nenhum outro alimento há que contenha tanta vitamina ‘A’, além de outras vitaminas do Complexo B, gorduras e sais minerais.

Sei Dona Palmira professora de gerações em Porteirinha, cidade bela do Norte de Minas, donde viera morar em Montes Claros. Mãe do jornalista e escritor Itamaury Teles, que entrou na minha vaga no “O Jornal de Montes Claros”, década de 70. Nunca fui apresentado a ela porque em 1972 deixei a cidade pra viver 43 anos em Belo Horizonte.

Nunca vi interpretação tão bonita. De fato recordou-me o tempo de ginásio na Escola Normal Professor Plínio Ribeiro, quando a nossa professora de Português, Dona Yvonne da Silveira declamava “José”, de Carlos Drummond de Andrade, e “Essa Negra Fulô”, de Jorge de Lima.

Quanta força na voz e vigor nos gestos de Dona Palmira. Nunca convivi com ela, mas acho, posso fazer a leitura dela como mulher, mãe, professora, amiga dos amigos por meio da interpretação do poema. O poema, eu não consegui ouvir o título nem a autoria. Mas em pauta está não o poema, mas a belíssima interpretação dela.

Por meio do vídeo na internet, por mim compartilhado tão maravilhado fiquei com a atuação dela, acho ter vivido um bom tempo e posso dizer, não é comum uma pessoa memorizar um poema desse tamanho. Menos ainda, acredito uma pessoa de 90 anos.

Dona Palmira é mulher vivaz. Quem foi aluno dela deve se sentir orgulhoso de ter sido orientado por uma mulher da estatura intelectual dela. Parecia estar em casa – e estava em casa – com segurança e domínio de toda a situação. Praticamente, prescindiu do microfone. Imagino ser ela “mulher de fé” como a minha própria mãe, Elvira de Sena Batista. Aliás, todas as mães se parecem quando chegam a certa idade. Dona Palmira são todas as mães juntas.

Aqui, no meu Grão Mogol há quase dois anos, no sossego da caverna ocupada nas dobras da Serra do Espinhaço, eu fico a imaginar Dona Palmira na escola desasnando os alunos. Como pesquisadora, imagino-a vivamente interessada em historiar o ado a fim de preservar a memória. Memória que ela possui suficiente para gravar poemas grandes e pequenos.

Fico a imaginar a vitalidade dela em casa, envolvida com os filhos, numa época em que a eclosão do “ouro branco” estava ainda por acontecer – ou já havia acontecido? – em Porteirinha.

Imagina você, leitor atento conhecedor dessa mulher, o que são mais de oito minutos numa comparação temporal? Faça o teste. Você vai ficar de olho no relógio acompanhando a agem de um minuto. Um minuto é às vezes uma eternidade. O mundo poderá ser destruído em um minuto, levando-se em conta a quantidade de armas armazenadas pelo egoísmo e a ganância dos povos. Imagine mais de oito minutos, quantas vezes isso poderia acontecer.

Mas Dona Palmira não estava ali pra destruir o mundo. Nada. Muito antes pelo contrário. Ali, ela estava para demonstrar juventude. A sua garra de viver e de construir. Deve ser ela mulher aprendiz de todo dia, embora carregue na cacunda muita experiência. Aprende com os livros e na própria escola da vida.

A plateia testemunha da interpretação de Dona Palmira, pelo que o vídeo mostrou, era formada pela nata da intelectualidade monsteclarina. A maioria atenta, não desgrudava os olhos dela e ela, com o vigor de quem é grande, gigante até, embora de baixa estatura, poderia senão igualar, superar o gosto de viver de Dona Yvonne, que ascendeu aos céus aos 100 anos.

Por Alberto Sena

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