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Adilson Cardoso
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Coluna – Releitura de uma história louca

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Desde que li por duas vezes “O alienista” de Machado de Assis, me vem à cabeça algumas histórias que meu contava da sua época de “rapazote” ali pelas bandas de Porteirinha, cidade pequena do norte de Minas Gerais, nem por isso pacata. Fôra em áureos anos pretéritos a princesinha do algodão, a planta valia ouro, quem tinha uma pequena plantação era chamado de Senhor, quem tinha uma média área era chamado de Coronel, mas os abastados dos grandes cultivos eram literalmente tratado por Doutores, alguns chegavam a ter postos importantes dentro da Policia sem nunca ter prestado um concurso, foram casos conhecidos como aquele do Doutor Leobino da Ventosa, que era tão poderoso que escolhia quem ia preso ou seria solto, certa vez dera de presente a pequena delegacia uma Kombi zerada, já pintada com o símbolo do Estado e da corporação, porém o nome do doador estava junto da bandeira com o triangulo vermelho, ao ser oferecido o posto de Capitão rejeitara, porém ordenando que seu filho um esquisito rapaz que sofria de Transtorno Bipolar, ficasse no comando como Sargento de operações, com direito a receber as honrarias em frente a um grupo de “soldados marionetes” batendo continências e estáticos ouvindo o hino nacional. Para fazer a relação desta história com a saga do Psiquiatra Simão Bacamarte, entendamos que uma vez o filho do Doutor Coronel do algodão recebendo plenos poderes, ele poderia fazer o que bem entendesse, mas o problema maior é que ele não entendia de nada que se referisse ao trabalho que desenvolveria. Sua primeira incompetência fora mandar prender o motorista de um dos caminhões do seu tio, que também era abastado agricultor. E foi o seguinte, a filha do seu tio, logicamente sua prima estava de namoro acertado com um medico recém formado em Belo Horizonte, que dois finais de semana por mês, vinha ver a moça, após os conformes de casal nas tardes de domingo, pegava o trem e se dirigia a Montes Claros onde embarcava em um avião. Neste dia as conformidades de casal extrapolou-se dos beijos e os dois foram flagrados nus ao lado dentro de uma mata a beira do rio Gorutuba, infelizmente flagrados pelo caminhoneiro dedicado funcionário do pai da moça, houveram os corres daqui, se escondem dali e o homem foi se embora para sua casa, chegando lá contara a esposa pedindo segredo, a esposa ouvira jurando que sim, mas descendo até a lagoa onde a comadre lavava roupas e contara cochichando e pedindo “boca de siri”, mas a comadre dissera ao marido que estava com umas cachaças na cabeça e cantara as estripulias na roda de violão que faziam mais tarde. Naquele giro sigiloso segundo um dizendo para o outro, antes que o Trem asse para levar o medico, Porteirinha em peso já sabia do caso. Na mesma velocidade do tempo o comandante da policia e primo da moça determinara a prisão do homem. No interrogatório a mulher dele fora detida por cúmplicidade, assim foi a comadre, seu marido e todos os violeiros. As celas superlotaram, precisaria de mais espaço, o comandante “Bipolar” não respeitava ninguém, fazia os soldados lavar seus carros e apartar o gado no meio da noite, rezar o Padre Nosso por ele enquanto dormia, repetia que cadeia é o melhor lugar para homem tomar vergonha na cara, soldados que não obedecessem também poderiam ir para a grade. Diante disso ninguém questionava, amém era o que sempre respondiam. Certa manhã mandara que a Diretora e as professoras da escola fossem presas, o por que ninguém sabia, nem era da conta de ninguém. Mas para ele o motivo era simples, aquela escola era muito grande e caberia certinho nos seus propósitos. Inaugurada a nova cadeia, segundo ele os alunos não precisariam aprender coisas diferentes do algodão, uma vez que aquele produto que era a riqueza e continuaria sendo sem precisar de professores. Pais que protestaram foram presos também, o carteiro que entregara carta da superintendência de ensino a Diretora não escapara das grades, por ultimo o Padre, por pregar a igualdade entre as classes, pois queria compará-lo aos meros mortais da cidade. No final de poucos anos todas as pessoas estavam presas, havia transformado também em cadeia, o mercado, a igreja e o parque de exposições. Somente ele estava solto, pois ao considerar que seus soldados faziam prisões arbitrarias mesmo a seu mando decidiu puni-los. Certa noite andando sozinho pela cidade fantasma atirara pedras para que uma vaca saísse do caminho, uma das pedras então quebrara a lâmpada do poste e ele se assustara. Sozinho no meio do breu tirara o revolver carregado da cinta lhe dando voz de prisão por vandalismo. Com o cano da arma apontado para a cabeça ordenara que andasse lentamente se encaminhando a prisão do mercado que ainda dispunha de vagas, desconhecendo que teria privilégio em cela separada lotou-se no mesmo espaço onde o caminhoneiro jazia magricela, venenoso e vingativo desde o fatídico dia da cena do rio aguardava sedento aquele momento.

Por Adilson Cardoso

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