Coluna – Fantasias de Poeta

O Poeta foi a festa

Vestido de figuras de linguagens

Seu olhar conotativo notava

Que o figurativo era desenho na parede

 

Na festa que foi o poeta

Tinha o todo trocado pela parte

 

A barriga da ladeira

A perna da mesa e a  batata da perna

 

O poeta empolgado depois de duas

Trocou as pessoas

Eliminando os conectivos

Das suas orações sem santidade

 

Muito eufêmico

Todavia efêmero

Deixou-se inventar

Na lua da sua própria rua

 

Assim foi a festa

A festa onde foi o poeta

Denotativo no seu  conotativo

De vários heterônimos

Por Hesiodo José

Natural de Serranópolis de Minas. Morou até os 19 anos na cidade de Porteirinha, estudou numa escolinha rural onde conclui as séries iniciais. Porém com sua imensa vontade de desbravar novos mundos fora sempre parceiro dos livros. No trabalho braçal com a foice ou machado, encontrava tempo para recitar Castro Alves e Carlos Drumond de Andrade. Devorava os romances de Jorge Amado, Machado de Assis e Erico Verissimo e conhecia dos grandes eruditos Humberto Eco e Erasmo Desidério. Em Montes Claros com muito esforço e pouco dinheiro formou-se em Filosofia e foi pregar suas idéias em Belo Horizonte, ando por alguns Jornais como o Tempo e  O Estado de Minas, conseguiu juntar um dinheiro modesto e comprou um terno para casar-se com uma ex-colega de classe. Hoje de volta a  Montes Claros  leciona Filosofia e participa ativamente dos movimentos poeticos daqui e de outros rincões.Antecipadamente agradece a redação do Jornal Montes Claros a oportunidade para expor seus poemas e comentários desta arte montar palavras.

 

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