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Alberto Sena
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Coluna – Porre traumático

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Uísque, não toma. Não a sentir o cheiro. Cerveja também não bebe já faz tempo. Parece água. Gosta de vinho. Prefere tinto e seco. Mas aprecia vinho branco. Rose nem tanto.

Já bebeu cerveja e as recordações de quando bebia cerveja vêm desde quando morava em Montes Claros, final da década de 60 e década de 70, entrante.

Bebida alcoólica nunca foi o seu forte. Dona Elvira deve ter rezado ao longo da vida pedindo a Deus para afastar da bebida os filhos, principalmente os homens.

Cachaça nunca conseguiu beber daquele jeito como bebem os contumazes. Jogam um pouco “pro santo”, mandam pra dentro, num só gole, a dose e sentem o álcool arder goela abaixo. Depois soltam um “aaahhh..” e desatam o falador. Sorveu cachaça como remédio. Uma dosezinha de vez em quando e olhe lá.

Uísque é uma bebida alcoólica forte. Hoje é sabido, mas naquela época, em Montes Claros, logo depois de concluir o Tiro de Guerra, não sabia nada a respeito de uísque, além do que via nas telas de cinema, naquelas cenas em que o caubói entrava no saloom e pedia uma dose “pra matar a sede”. Como se uísque tivesse competência para substituir a água.

A melhor bebida é água. Gosta de beber água e recomenda a todos beberem um copo d’água em jejum todos os dias. Água em jejum é excelente preventivo contra doenças. Os mais velhos acabam sofrendo de males que poderiam ser evitados se bebessem água suficiente.

É recomendável de dois a mais litros de água por dia. Quem bebe água com a devida regularidade tem saúde, porque a falta d’água ocasiona ressecamento da pele, dos cabelos e outras coisas mais, além do pior, as células do corpo vão morrendo aos pouquinhos. Elas funcionam à base de água.

Mas o caso em tela é o uísque. Como dizia, havia acabado de terminar o TG quando foi a uma festa no Automóvel Clube de Montes Claros. Tinha de vestir terno e gravata. Vestiu o único terno surrado, pôs a gravata única e se foi achando dono das cocadas de todas as cores.

No Automóvel Clube encontrou-se com o primo Mário Sena, Ninho chamado, e este lhe propôs dividir um litro de uísque. Topou no ato a proposição do primo. Sentaram-se à mesa e enquanto o garçom não vinha trazer a bebida, e nada mais, apreciavam os casais dançando ao som do conjunto de Célio Balona, camarada eterno porque vive até hoje e em boa forma física e musical.

O garçom veio com a badeja contendo o litro de uísque, dois copos e um balde de gelo, no maior estilo. E veja bem, nunca havia bebido uísque. Achava que devia ser bebida saborosa, pois os caubóis das fitas norte-americanas tomavam com a cara tão boa. Devia ser o suprassumo da gostosura.

Ninho serviu a primeira rodada de uísque e o outro achando que estava sendo filmado, esperava chegar alguém pra tirar da mesa e levar à pista de dança. Tomou a primeira dose e não achou gostosa assim como os caubóis do cinema achavam.

Não se recorda bem, mas na segunda ou terceira doses simplesmente apagou-se. Nem viu o momento em que se debruçou sobre a mesa. De vez em quando abria os olhos e só enxergava vultos.

Resultado: até hoje não sabe quem foi que o levou embora e como entrou em casa. Amnésia alcoólica. No dia seguinte, não entendeu nada ao acordar prontinho para ir a uma festa, de terno, gravata e sapatos.

Desse dia em diante prometeu a si nunca mais beber uísque. Pareceu-lhe ter sido esmagado por um rolo compressor. Até hoje, não aguenta nem sentir o cheiro de uísque. Sente o estômago embrulhar.

Quase meio século depois dessa inglória incursão ao litro de uísque concluiu: a melhor bebida é água. Não troca um copo d’água por uma garrafa de cerveja. E menos ainda de cachaça. Uísque, nem se fala.

Depois da água, a melhor bebida é o suco de laranja; frutas de modo geral. Mas água e suco têm os seus momentos. Assim é também com o vinho. Diferentemente das outras bebidas, o vinho requer cerimônia. Pra começar, não se toma vinho em copo, como cerveja ou cachaça.

Vinho é bebido em taças. E de preferência de cristal. E mais: não se bebe vinho sozinho. Vinho pede companhia. De preferência, feminina. Vinho abre a caixa de sonhos. Transporta os apreciadores a lugares mágicos ao redor do planeta.

Por Alberto Sena

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